Capa do P2, Público, 26 de Junho de 2010.
NO DIA DA MORTE DE JOSÉ SARAMAGO
«A passarola era a verdadeira ameaça contra a Inquisição! Nem as visões de Blimunda tinham aquela força de religião paralela que a passarola transportava. Frémito de razão e de futuro, não havia lenha que a queimasse, ela irrompia nas malhas do Memorial e fazia a mensagem prodigiosamente completa. Grito obstinado que em cada página, surdo, grita, se o homem construía a máquina, porque não haveria ele de ditar os fundamentos de uma nova moralidade alternativa, a razão era a mesma, o poder da razão era o mesmo, porque é que a justiça dos homens não devia ser construída em vez de ditada! A passarola era o sinal de completude de literatura (…).»
Maria da Assunção Esteves, Público, 26/06/2010
Comentários
Enviar um comentário