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LEITURAS – A CIDADE DE ULISSES

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«As grandes navegações do século XV, do ponto de vista científico e tecnológico, implicaram um enorme passo em frente. Foi preciso desenvolver a matemática, a astronomia, a ciência náutica, modificar a forma e a vela dos navios, saber orientar-se noutro hemisfério, com novas constelações de estrelas. Escrevemos, no século XV, tratados de construção naval, aperfeiçoámos os navios, nos estaleiros junto de Lisboa, surgiu a primeira escola portuguesa de cartografia, conseguimos calcular com exactidão a latitude, cuja escala no século XVI introduzimos nas cartas e mais tarde outra, aproximada, de longitudes (só no século XVIII se chegaria com exactidão ao cálculo da longitude). Adquiriram-se novos conhecimentos na zoologia, botânica, medicina, farmacologia, estudo das línguas, etnologia, geologia. Não estivemos sozinhos nesse empreendimento, mas a nossa parte não podia ser ignorada.»

Teolinda Gersão

A Cidade de Ulisses (Sextante Editora), pág. 51



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ARREDORES «Domingo irei para as hortas na pessoa dos outros» Álvaro de Campos No tempo em que havia quintas e hortas em Lisboa, e se ia para lá aos domingos, eu ficava em casa. E em vez de ir para as quintas e para as hortas, em vez de apanhar couves e de ordenhar ovelhas, lia poemas que falavam das quintas e das hortas de Lisboa, como se isso substituísse o ar do campo e o cheiro dos estábulos. É por isso que hoje, quando me lembro dos arredores de Lisboa onde havia quintas e hortas, o que lembro são as horas de leitura de poemas sobre esses arredores, e os passeios que eles me faziam dar aos domingos, substituindo os lugares reais com mais exactidão do que se eu tivesse ido a esses lugares. Visitei, assim, quintas e hortas pela mão do Cesário Verde e do Álvaro de Campos, e soube por eles tudo o que precisava de saber sobre os arredores de Lisboa, que hoje já não existem porque Lisboa entrou por eles e transformou as quintas em prédios e as ovelhas em automóvei...

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