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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2010

O’NEILL

REDACÇÃO Uma senhora pediu-me um poema de amor. Não de amor por ela, mas «de amor, de amor». À parte aquelas trivialidades «minha rosa, lua do meu céu interior» que podia eu dizer para ela, a não destinatária, que não fosse por ela? Sem objecto, o poema é uma redacção dos 100 Modelos de Cartas de Amor. Alexandre O’Neill, Poesias Completas .

UM POEMA DE MÁRIO CESARINY

Um quadro de Mário Cesariny LEMBRA-TE Lembra-te que todos os momentos que nos coroaram todas as estradas radiosas que abrimos irão achando sem fim seu ansioso lugar seu botão de florir o horizonte e que dessa procura extenuante e precisa não teremos sinal senão o de saber que irá por onde fomos um para o outro vividos Mário Cesariny, Pena Capital

O ANO DA MORTE DE JOSÉ SARAMAGO

Capa do P2, Público , 26 de Junho de 2010. NO DIA DA MORTE DE JOSÉ SARAMAGO «A passarola era a verdadeira ameaça contra a Inquisição! Nem as visões de Blimunda tinham aquela força de religião paralela que a passarola transportava. Frémito de razão e de futuro, não havia lenha que a queimasse, ela irrompia nas malhas do Memorial e fazia a mensagem prodigiosamente completa. Grito obstinado que em cada página, surdo, grita, se o homem construía a máquina, porque não haveria ele de ditar os fundamentos de uma nova moralidade alternativa, a razão era a mesma, o poder da razão era o mesmo, porque é que a justiça dos homens não devia ser construída em vez de ditada! A passarola era o sinal de completude de literatura (…).» Maria da Assunção Esteves, Público , 26/06/2010

UM POEMA

OS GIRASSÓIS Assim fremente e nua, a luz só pode ser dos girassóis. Estou tão orgulhoso por esta flor difícil ter entrado pela casa. É talvez o último verão, tão feito de abandono é meu desejo. Mas estou orgulhoso dos girassóis. Como se fora seu irmão. Eugénio de Andrade, A Religião do Girassol.

UM POEMA DE FERNANDO TAVARES RODRIGUES

    PERFUME Amor é também a tua essência, esse perfume que os nossos corpos une na tua ausência… Fernando Tavares Rodrigues, O Amor (Im)possível.

MUSEU DE ÉVORA

   

PASSEIO DE BARCO NO TEJO, VILA VELHA DE RÓDÃO

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia. Pelo Tejo vai-se para o Mundo. Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia. O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele. Alberto Caeiro  

NADIR AFONSO NO MUSEU DO CHIADO, LISBOA

 

LANZAROTE

 

CESÁRIO VERDE

O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL I AVÉ-MARIAS Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer . O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba-me; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina. Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo! Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros. Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos, Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberba

MADEIRA, JUNHO DE 2010

  Depois da tormenta…  

UM POEMA DE MIGUEL DE UNAMUNO

ENTROPIA Avec le temps, le temps même se change. Ronsard E se o próprio tempo um instante parasse preso no abismo da eternidade? Se Deus adormecesse e seu dedo horário na esfera escrevesse a última verdade? Se contra o costume voltasse a torrente ao gelo, lá no cume de onde saiu? Infinito rolo do tear divino, fechado botão, árvore, fruto e flor! Miguel de Unamuno (1869-1936) Antologia Poética

ROSTOS

« ROSTOS» Exposição de Trabalhos de Carlos Gargaté Serviços Centrais do IPP Até 8 de Julho

LEONOR FIGUEIREDO VENCE OLIMPÍADAS DA FÍSICA

A aluna do 11ºD, Leonor Figueiredo, venceu as Olimpíadas da Física, etapa nacional. Parabéns, Leonor! http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=23&codnot=15 http://olimpiadas.fis.uc.pt/nacionais/nacionais.shtml

A VIAGEM

Quando se alcança o ponto em que não há regresso, o que se avizinha é tão insondável como o que se deixou - um túnel no coração da máquina, um segredo que se descobre banal, ou não se descobre, entre a resignação e o remorso. José Alberto Oliveira, Mais Tarde .

CLUBE DAS ARTES DA ESSL

  EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS NO HALL DE ENTRADA DA ESCOLA