Arriscar. Somos um povo que arrisca. Um povo de aventureiros, descobridores, conquistadores, lutadores, escritores, grandes músicos, sofredores. Temos conceitos como o fado e a saudades a correr-nos nas solenes veias que alimentam o nosso corpo e que o fazem prover-se de sentido neste mundo no qual nos sentimos perdidos. Não somos um ser corpóreo. Somos uma alma com um corpo. Uma alma que sente como mais nenhuma alma sente e que o transforma nas mais belas palavras, romances, epopeias, sonetos. Patrióticos. Não podemos negar essa característica. Olhemos para o fantástico Pessoa ou, atingido voos mais altos, o mestre Camões . Falam de Portugal com tão grande intensidade como o fogo que acende a mais bela das fogueiras e à roda da qual se construíram nações. Somos bons. Temos virtudes. História. Somos, no entanto, realistas, por exemplo com as sátiras implacáveis de Garret , Eça de Queirós ou Saramago . Portugal também tem defeitos. Dramas excessivos, educações tradicio...