Arriscar. Somos um povo que arrisca. Um povo de aventureiros, descobridores, conquistadores, lutadores, escritores, grandes músicos, sofredores.
Temos conceitos como o fado e a saudades a correr-nos nas solenes veias que alimentam o nosso corpo e que o fazem prover-se de sentido neste mundo no qual nos sentimos perdidos. Não somos um ser corpóreo. Somos uma alma com um corpo. Uma alma que sente como mais nenhuma alma sente e que o transforma nas mais belas palavras, romances, epopeias, sonetos.
Patrióticos. Não podemos negar essa característica. Olhemos para o fantástico Pessoa ou, atingido voos mais altos, o mestre Camões. Falam de Portugal com tão grande intensidade como o fogo que acende a mais bela das fogueiras e à roda da qual se construíram nações. Somos bons. Temos virtudes. História.
Somos, no entanto, realistas, por exemplo com as sátiras implacáveis de Garret, Eça de Queirós ou Saramago. Portugal também tem defeitos. Dramas excessivos, educações tradicionais e erradas, políticos incultos e enganadores, mentalidades excessivamente religiosas. A crítica faz parte de quem somos. Ver o mau. Saber aquilo que (ainda) não temos e talvez possamos alcançar.
Românticos e apaixonados. Eternos sonhadores quando falando do tão grande Amor sobre o qual todos sabemos soltar vocábulos e teorias eternas. Ingénuos e puros. Florbela Espanca, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny… Todos eles nos mostraram a loucura e o frémito que tamanha paixão, que só a alma portuguesa sente, transporta.
Rurais e trabalhadores, em nomes como Torga e o tão jovem comparado com os restantes, Peixoto. Um Portugal provinciano e real, repleto de profundas marcas causadas pelo próprio destino e pelas vicissitudes que nossas tristes vidas nos trazem.
Com todos os defeitos e qualidades que possamos ter, os traços acima referidos estão presentes em todos nós, dia após dia, mesmo que encobertos.
Vivemos. Acima de tudo trata-se disso. O povo Português vive a essência do que é Portugal, mesmo quando tentando seguir o modelo de outros países, pois têm a nação no sangue. É inevitável. Transportam o poder da pátria Lusitana, de Portugal dos Descobrimentos, de Portugal Liberal de 74, do eterno Portugal apaixonado.
Sangue e Saudade são conceitos que traçam o Fado Português. Que traçam a nossa força. O nosso positivismo. O nosso trabalho. A nossa paixão. A nossa História. A nossa Pátria.
A nossa Vida.
O nosso Portugal.
Leonor Traguil 11ºI Nº14
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