A vastidão avança por aquilo de que falamos
evoca o que o tempo nos aconselha
com mensagens que parecem sem sentido:
o telefone toca apenas uma vez
faróis são deixados toda a tarde acesos
sucessivas falhas nos perturbam
pois não são falhas apenas
talvez a completa escuridão nunca tenha existido
talvez nos momentos decisivos
regresse por alguma passagem o desconhecido
um milhão de cintilantes lanternas de papel
sobre o rio
e a alma repete a pergunta eterna.
José Tolentino de Mendonça, A Estrada Branca
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